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terça-feira, 29 de abril de 2014

É DE SEU ZÉ













Segui um percurso qualquer, caminhei indagando:
Que serra é essa, onde a neblina é tão espessa?
Verdes e altas montanhas, expressões naturais
De longe avistei uma linda e rústica fazenda 
Tinha casinha de campo, chaminé e aroma de café

Andava por essa estrada, olhando, observando
À minha volta belos animais e uma fauna perfeita
Cantos de diferentes pássaros se misturavam
Formando, entoando no vento encantadoras melodias 
Muito bem me fazia, absorvendo aquela energia

Por ali, andei, caminhei...fazendinha ia chegando
Veio uma curiosa sensação, aproveitei e por lá passei

Logo na entrada, caboclo, seu branco cavalo adestrava
De onde estava alto falou: Quem é tu cabra?
Respondi no mesmo tom: só um mero viajante caboclo
E que terra é essa onde tanta beleza se apresenta?
O caboclo respondeu ligeiramente: É fazenda de seu Zé!

Me questionei: que simplicidade é dona dessa grandeza?
Não demorei muito para retrucar e pra caboclo perguntei:
Quem é Zé? minha pergunta soando pouco desrespeitosa...

Aquele caboclo era muito sábio, dava pra perceber...
Certa rouquidão na voz, repetiu: É fazenda de seu Zé!
Com cigarro de palha na mão, soprando fumaça
Me convidou pra conhecer toda aquela maravilha

Escolhendo um cavalo pra selar...convite mais que aceito
Foi me mostrando os arredores da fazendinha
Onde no teu silenciar, minhas indagações respondia.

Autor: Ricardo Andrade

sexta-feira, 25 de abril de 2014

SEM SOBREMESA













Proporção amorosa, você mais leve
Sensível emoção...poxa, sou calmo
Chamada perdida, ocupação desconfiada

Não é a toa, o coração sente facilmente
To na saudade, a cama fica maior sem você
E o seu cheirinho me faz pensar

Vai ficar comigo hoje? Respostas vazias
Tem mesa disponível naquele restaurante...
Prefere ficar em casa? Indiferente,

Só você pra mim já é o suficiente, 
Não precisa nem da sobremesa
Eu preparo uma delícia mais saborosa.


Autor: Ricardo Andrade

APOSTAS













Que carta desse jogo está sua aposta?
Me fez acreditar em mentiras classificadas,
Por dizer o que sentiu quando me beijou
O que significou, foram seus interesses
Por falhas e mentiras contadas, descartadas
...
Entendo sua obscuridade, é compreensível 
Não foi possível me convencer facilmente
Com tantos ensaios e sons decorados 
Eu quero acreditar em seus adjetivos, mostre
...
O Sol particular que faz o seu dia amanhecer
...
Sua emanação...me mostre como desejar,
As dúvidas insensatas me fazem duvidar
Até onde posso confiar na sua estrela?
É Amor, desinteressado? Amor amado?

Autor: Ricardo Andrade

CONFIGURAÇÃO (PARTITURA - VÊNUS)













Sumário presumido, selo rompido
Faces da mesma moeda, alteração
Toque, escute, outra frequência
Essa nota é mais extensa, intensa
...
A "luz" da sinfonia, escondida
Sombras nas mãos, preenchimento
Numerais retrógrados qualificados
Outra frequência, primeira nota
...
Indica, direção, Vênus movimenta-se
Sala quinta, paredes sem cantos
Fechaduras metalizadas, inalcançável
Retrocesso, existência em minúcia
...
Denegação, plasma quântica, fisicaliza
Cíclica contração, expansiva esguia
Toque, duas notas, sem ressonância
Ruído, frágil rugido, terceira página
...
Modificação, receptáculo depreciado
Outra frequência, remoção subtraída
Espelhado reflexo, preceito categórico
Toque, Vênus movimenta-se, primeira nota. 

Autor: Ricardo Andrade

terça-feira, 22 de abril de 2014

PARTITURA (CONFIGURAÇÃO - ÓRION)













Livro magistral em abertura
Terceira página, outras escrituras
Na capa, laranjeiras e framboesas
Inicia-se, ciclo de sete notas
...
Selecione, ondas sonoras, compondo 
Repertório, envoltório modelado
Reconfigure, partitura desenhada
Caneta de luz azul, boreal dourada

No ato de uma arte abstrata
Alternativa, contemplativa
Explana, lisonjeia, distonante
Vibra, vibrante, notas andantes 

Do livro, na partitura, se soltam 
De tanto paginar, repaginar 
Folha por folha, sem dobra dobrar
...
Espaço não vago, Andrômeda, Órion
Constelação, oitavas maiores e menores
Brilho cósmico, solar e lunar 
Da primeira à sétima, escolha no piano
Qual vai tocar... alterne, variação

Variantes, atua, ato de atuação 
Sinfonia primeira, constelação 
Regência, sinfonia da regeneração.

Autor: Ricardo Andrade

segunda-feira, 21 de abril de 2014

FLOR IRRADIADA













Preceitos sem contextos,
Concessão, minha submissão
Minha Flor, minha submissão
...
São só teorias, sem prática
Sem acréscimos, conteúdo mudo
Fale, não precisa se exaltar
...
No meditar, sob radiações
Busco fazer você se encontrar
No seu incompleto externo 
...
Não corra, vá pela via estreita
Impecílios podem ser mais severos
Depende só de você, ascender
...
Se elevar, no mais alto chegar
Dentro de você despertar
Se melhorar, lapidar, aperfeiçoar
Vontade, confiança, bem-aventurança.

Autor: Ricardo Andrade