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sexta-feira, 28 de março de 2014

ESTRADINHA














Pela manhã fresquinha 
Cheirinho de café 
Bolo de fubá e tapioca
A mulata coloca a mesa
Pro homi levanta

Seis da matina
Brisa fresca no ar
O homi levanta, pé no chão
Faz humilde oração
Com seu terço na mão

Beija tua mulata
Muié pelo cabra tão amada
Faz refeição apreciada
Dá sua bença abençoada

Se apronta, se apressa
Estradinha longe atravessa
Sela teu cavalo
Pro dia que começa.

Autor: Ricardo Andrade

SAGRADO EQUINÓCIO

Preparou seu arco
Enfeitou na coroa seu cocar
Arrumou, agachou na mata
Águia Branca pairou 

Deu seu grito,
Bateu no peito...
É Flecha Dourada!

Sua direção no Astro Rei
Corre pela floresta
Iluminado, raios solares
Iluminado, raios lunares

Sabedoria no silêncio 
Resposta no tribal nativo...

Tem bravura de guerreiro,
Regência da anciã que cuida
A guardiã, a velha
Que por ele zela...

Vem d'aldeia, cabana de palha
Com flores e frutas
Banquete e fartura
Tupã e Jurema chegou

Guerreiro avisou...

Vai ter festa,
Convocou os clãs
Matilha uivou
Pena Roxa assoviou...

Sua tribo, fogueira preparou
Caboclinha, seu colar arrumou
Em volta, elo por elo
Círculo maior formou

Sincronia fez roda girar
Flauta consagrada
Xamã tocou
No círculo, roda formada girou.

Autor: Ricardo Andrade

PESCADOR LÍRICO













Seu coração ameniza
No sentir da paz preencher
Em cada fibra do ser
Na prece que enaltece
Sentindo a luz radiar

No vento relampeja,

Entre as nuvens clareia
Faz trovão trovejar

Lua cheia, tem beira mar...


Tem sereia, pescador observa

O canto da deusa cantar
Do seu jeito faz reverência
Canto se estende,
Pescador joga a rede

Beira mar se faz paisagem,

Ao longe, navio de passagem...

O canto cantado se estende

Faz pescador pensar
Ao ver o brilho da sereia
E a luz de lindo luar.

Autor: Ricardo Andrade

DEIXA SEU POVO CANTAR













Coração verde e amarelo
Pele negra, raça pura
Povo, canta pra nação
Ouvir tua bravura
Do saber dos vossos
Daqueles que te amam
Não por orgulho,
Mais por amor à origem
Por amor à raíz
À ancestralidade 
Dos teus Anciãos
Ó Terra, bela amada
Tão esplêndida
Amada, ponto central
Amada, tão amada
Deixa seu povo cantar
Soltar a voz, desenrolar
Deixa seu povo cantar...


Autor: Ricardo Andrade

AMOR MINEIRINHO


Tão impossível, contagiante
Formosa, deslumbrante
Minhas palavras se cruzam
Emoções se desnundam 
Que aparência luminosa
Um brilho nos olhos
Leve calma no sereno
Sem querer aqui veio
Sem prever, sem receio
Pode sentir o suspirar
Ainda mesmo sem ventar
O melhor é querer amar
No coração reverenciar
Cada abraço, abraçar
Envolver, entrelaçar
Como na minha poesia
Que leve, suave, desliza
Meu carinho acaricia
Vai de mansinho, 
Se aproxima, quietinho.


Autor: Ricardo Andrade

sábado, 28 de dezembro de 2013

OBTENÇÃO SUBMISSA













E naqueles dias em vão
Que se foram, não voltaram
O que ficou, eu deixei
O que ficou, abandonei

Sem conflitar no ontem,
Seguindo para o hoje...

Ligue naquela mesma música
Para ouvir tocar repetida
Não preciso de provas
Estou na minha evolução

Conscientização...

Do contrário a contrariar
Para diminuir, subjugar
Submissão falsa condição
Obtenção, essa é a intenção

Atenção, ascenção...

Carregando nos ombros
Farpas agudas desgastadas
Madeira falsa se esfarela
Amor na Verdade se revela. 

Autor: Ricardo Andrade